20 de janeiro de 2011

Lições sobre a cloud computing

O texto abaixo reproduz uma matéria publicada na ComputerWorld que elenca cinco características da computação na nuvem que parecem ter sido melhor assimiladas no ano que passou, gerando uma melhor compreensão do significado dessa tecnologia e que deverão ser usadas como base para os próximos níveis de adoção. A matéria original pode ser acessada aqui.
2010 foi o ano em que a "computação na nuvem" (cloud computing) se tornou apenas “nuvem” (cloud), e todos perceberam que “nuvem”, “SaaS” e todos os outros XaaS (PAAS, IAAS, DAAS) eram implementações diferentes da mesma ideia – um conjunto de serviços de computação disponíveis online que se podem expandir ou contrair de acordo com as necessidades.

Nem toda a confusão foi esclarecida, claro. Mas, vendo os serviços específicos oferecidos pela Amazon, Microsoft, Oracle, Citrix, VMware e uma série de outras empresas, muitos profissionais de TI puderam ter uma ideia mais concreta do que a “nuvem” é realmente.

Cinco aspectos se tornaram mais claros até mesmo para os mais experientes gestores de TI. São eles:

1. Nuvens “externas” e “internas” não são tão diferentes
No início de 2010, a questão mais comum era se a nuvem deveria ser inserida no firewall ou contratada fora.

Uma vez que os mesmos dados e aplicações empresariais migrem para a nuvem, interna (em servidores dentro do firewall) ou pública, a empresa proprietária dos dados enfrenta o mesmo risco. Razão pela qual muitas empresas estejam apostando mais em nuvens “híbridas” do que apenas internas ou públicas, de acordo com o guru da virtualização da Gartner, Chris Wolf.

“Com as nuvens internas, tem-se uma determinada quantidade de benefícios desde a partilha de recursos e eficiência, mas não se tem a elasticidade que é o real motivo para a venda da nuvem”, explicou Wolf à CIO.com.

2. De que são feitas as nuvens? De outras nuvens
Durante 2010, muitas empresas de computação na nuvem minimizaram o papel da virtualização e da visão “end-to-end” da VMware, na qual as empresas usam infraestruturas de servidores virtuais para suportar o compartilhamento de recursos e a gestão de recursos na nuvem dentro do firewall, antes de partir para o uso da nuvem pública.

Os fornecedores de cloud computing oferecem aplicações, armazenamento, poder de computação, etc., à vontade, sob demanda, através de uma ligação à Internet, sem a necessidade de ter uma infraestrutura de servidores virtuais dentro da empresa.

Os dois ambientes, por definição, são virtualizados, concordam os analistas. E quase sempre estão instalados em centros de dados, “parques” de servidores virtuais ou até mesmo em serviços completos de cloud fornecidos por outras empresas.

3. “Nuvens” não libertam as TI de “porcas e parafusos”
Há uma suposição de que a cloud computing consiga tornar sofisticados serviços de TI transparentes para o usuário final, fazendo com que deixem de se preocupar com o hardware e o software que os executam.

Isso não significa que as pessoas que gerem os servidores não tenham que conhecer do seu negócio, de acordo com Bob Laliberte, analista no Enterprise Strategy Group. Suportar as clouds significa tornar os servidores, armazenamento, redes e aplicações mais rápidos e estáveis, com menos atrasos do que nunca, segundo Vince DiMemmo, gestor de cloud e serviços de TI no prestador de serviços e infra-estrutura do centro de dados Equinix.

Sem infra-estrutura “à prova de balas”, a computação na nuvem é lenta, diz, e os usuários finais não aceitam a lentidão.

4. Pequenas coisas fazem grandes diferenças
A virtualização permite que várias aplicações e sistemas operacionais sejam executados pelo mesmo hardware, como se cada um deles tivesse o seu próprio servidor. O problema com isso, diz o analista da IDC, Gary Chen, é que todos pensam que têm a interface de rede e o “bus” de entrada/saída (input/output para o processador também só para si.

Em um servidor com variados sistemas operacionais virtuais, o “engarrafamento” para o desempenho já não é a velocidade com que os dados podem ir e vir entre o servidor e o armazenamento externo, mas o número de bits que podem passar pelo “bus” de dados ao mesmo tempo, diz Chen.

Essa é uma razão pela qual o Virtual I/O esteja se tornando um tema cada vez mais "quente", levando ao que o analista da Forrester, John Rymer, chama de “virtualização distribuída” – na qual I/O, memória e outros componentes são abstraídos uns dos outros, assim como os sistemas operacionais externos, e a definição de “servidor” altera-se para significar que recursos uma aplicação necessita no momento.

5. “Ano - e não Era - do Desktop Virtual”
2010 era para ser o Ano do Desktop Virtual, com a Microsoft, Citrix e VMware competindo para capturar o que os analistas esperavam ser uma onda de adopção das empresas.

Os desktops virtuais foram um tema quente em 2010 mas o crescimento não foi tão grande quanto os analistas ou fornecedores esperavam.

Em vez de padronizar os desktops virtuais e mover todos os seus utilizadores imediatamente para facilitar a migração para o Windows 7, a maioria das empresas adotou por um número crescente de “sabores” da tecnologia, mas apenas onde fazia mais sentido.

“Estamos vendo um monte de projetos táticos, mas não um monte de projetos estratégicos”, diz o analista da IDC, Ian Song.

Isso não quer dizer que não tenha havido um grande crescimento ou adoção até das versões DAAS. Mas 2010 não foi uma onda, diz Song.

As duas principais razões, segundo ele, foram a complexidade e o ROI comparativamente baixo da virtualização de desktops em relação aos servidores virtuais. Outro foi o crescente foco – até dentro das empresas – dos tablets, smartphones e outros dispositivos não-PC que têm de ser virtualizados para se tornarem seguros, confiáveis para clientes de aplicações empresariais.

“Esperamos ouvir muito sobre isso da Citrix e da VMware e de um conjunto de operadoras de telecomunicações” este ano, diz Song. E “vai ser grande”.


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