13 de outubro de 2010

O futuro da computação: dispositivos sensíveis ao contexto

O exercício da futurologia é uma atividade que sempre fascina a humanidade. Não há quem não goste de especular sobre como as coisas serão no futuro. Embora haja previsões mirabolantes, espetaculares, que apresentam um futuro completamente diferente daquilo com que estamos acostumados hoje, outras são muito mais pragmáticas e se focam num futuro não tão distante. Parece ser esse o caso que emerge do forum para desenvolvedores da Intel quando eles falam em Computação sensível ao Contexto, isto é, aquela onde os computadores terão uma inteligência inerente que será capaz de distinguir a situação na qual estiverem sendo utilizados e reagirão de acordo com essa situação.

Como eles já estão pesquisando sobre esse assunto, já nem é mais previsão e sim a revelação de um projeto. A ideia é mesmo muito interessante e nem me pareceu que esteja tão distante, sendo mais uma questão de combinar tecnologias já existentes de uma forma funcional - mais ou menos como aconteceu com a convergência tecnológica, que visa integrar num único dispositivo funções antes implementadas em vários aparelhos distintos.

A matéria que está reproduzida abaixo sobre a computação sensível ao contexto é da IDG Now. O texto original pode ser acessado aqui.
A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo. Há anos este vem sendo o mantra da Intel. Que também há anos realiza, na cidade de São Francisco, o Intel Developer Forum (IDF), evento organizado com o objetivo de aproximar seus técnicos e executivos da comunidade de desenvolvedores e da imprensa internacional. No IDF a Intel revela sua visão do futuro da computação e como trabalha para estar bem posicionada quando este futuro chegar.

Este ano o IDF aconteceu em meados de setembro. E revelou a aposta da Intel em um futuro da computação sensível ao contexto, que deverá mudar radicalmente a forma como interagimos e nos relacionamos com os dispositivos e serviços de informação.

Segundo a Intel, os dispositivos "sensíveis ao contexto" conseguirão prever as necessidades dos usuários, aconselhá-los e guiá-los durante todo o dia de uma maneira mais parecida com um assistente pessoal do que um computador tradicional. Imagine o seu PC te aconselhando a sair de casa dez minutos mais cedo para o seu próximo compromisso devido ao engarrafamento no seu caminho para o trabalho. Ou em um controle remoto capaz de determinar instantaneamente quem o está segurando e carregar as preferências da TV inteligente para essa pessoa.

Isso tudo pode soar a ficção científica, mas já pode ser demonstrado, em boa parte, nos laboratórios da Intel. Com os dispositivos tendo cada vez mais sensores, poder de processamento, conectividade e capacidades inovadoras , os pesquisadores da empresa estão focados em oferecer novas experiências orientadas pelo contexto aos usuários, segundo demonstrou ao vivo, no IDF, o Vice-Presidente e CTO da Intel, Diretor da Intel Labs e Senior Fellow, Justin Rattner.

Imaginem um dispositivo que usa inúmeros tipos de sensores para determinar o que você fará, seja dormir na sua cama ou correr com um amigo. Ao combinar as informações do sensor rígido como onde você está e as condições a sua volta, com as dos sensores flexíveis, como seu calendário, suas redes sociais e histórico de preferências, os dispositivos do futuro aprenderão constantemente sobre quem é você, como você vive, trabalha e se diverte. À medida que os seus dispositivos aprendem sobre a sua vida, eles podem começar a prever as suas necessidades.

Entre os exemplos demonstrados por Rattner no IDF estava o projeto de pesquisa chamado Socially Enabled Services (SENS). Tecnologia que dá aos dispositivos móveis (celulares, principalmente) a habilidade de compreender as suas atividades em tempo real e, caso você deseje, compartilhar essa informação "ao vivo e a cores" com os amigos e parentes da sua rede por meio de animações gráficas no dispositivo que estiver disponível, seja PC, smartphone ou TV. Clique aqui para ouvir a explicação, em inglês.

"Ao mesmo tempo em que estamos desenvolvendo todas essas novas maneiras para experimentar, reunir e compartilhar dados contextuais, a Intel está ainda mais focada em garantir a privacidade e a segurança à medida que bilhões de dispositivos se conectam e ficam mais inteligentes", declarou Rattner. "A nossa visão é habilitar os dispositivos a gerar e usar informações contextuais para uma melhor experiência do usuário, garantindo a segurança e a privacidade das informações pessoais de um indivíduo. Por trás desse novo nível de segurança, estão as próximas técnicas habilitadas por hardware da Intel que melhoram dramaticamente a habilidade de todos os dispositivos se defenderem contra possíveis ataques".

O que pouca gente sabe é que o início das pesquisas com computação sensível ao contexto datam de 1991, no Palo Alto Research Center (PARC), que completa 40 anos em 2010. Lembra das pesquisas com a computação ubíqua? Termo cunhado pelo saudoso e querido Mark Weiser, cientista chefe do Centro de Pesquisa Xerox PARC, no artigo "O Computador do Século 21" (The Computer for the 21st Century )? Para ele, a computação não seria exclusividade de um computador, uma simples caixa mesmo que de dimensões reduzidas e, sim, diversos dispositivos conectados entre si. E invisível aos olhos. O foco dos usuários ficaria voltado para a tarefa, e não para a ferramenta utilizada, utilizando-se de computação sem perceber ou necessitar de conhecimentos técnicos da máquina utilizada.

Pois estamos chegando lá…


Nenhum comentário :

Postar um comentário

OBS: Os comentários enviados a este Blog são submetidos a moderação. Por isso, eles serão publicados somente após aprovação.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.